Ideias Promissoras x Serviços Inovadores.

20 de dezembro de 2018

Em um cenário de modelos transformadores de negócios, estar em alta torna-se um desafio. Partindo deste pensamento, qual estratégia devemos seguir? As ideias promissoras são mais importantes que as inovadoras? Confira a matéria!

Nos últimos anos, a palavra de ordem tem sido inovação. Empresas vêm surgindo e explorando o caminho voltado aos serviços e negócios facilitadores, com foco nas pessoas. Neste cenário, de modelos transformadores, o objetivo das organizações têm sido transgredir, mostrando algo que traga um diferencial para estarem ativas.

Partindo desta premissa, surgem também recorrentes dúvidas, visto que nem sempre as ideias promissoras se encaixam no momento atual, como, também, nem sempre os serviços inovadores estão na hora certa para serem executados. Tendo isso em mente, como estar atento às atualizações que de fato são necessárias? Qual estratégia devemos aplicar a fim de se destacar no mercado competitivo? O portal IT4CIO conversou com alguns especialistas sobre este cenário.

Para Ricardo pereira, especialista em estratégia e inovação, da Saphari, a ideia é sempre direcionar os serviços que tragam experiências positivas aos clientes. Deste modo, a avaliação é necessária. “As empresas deveriam estar constantemente revendo seus negócios para implementar serviços inovadores que tragam de fato resultado e experiências positivas aos clientes. Normalmente, as empresas esperam o processo de planejamento estratégico para pensar em novas ações, até porque quando pensamos em ideias inovadoras, pensamos em investimentos também. Portanto, o processo de planejar a estratégia e, consequentemente, o orçamento seria um momento ideal para propor serviços inovadores”.

Já Hugo Kovac, CFO da 99Jobs, plataforma de relacionamento com o trabalho, comenta que o simples acaba sendo o melhor caminho. “Não há nada mais inovador do que a simplicidade de uma atividade, projeto ou processo, executado com precisão. Sou amplamente a favor de ideias promissoras, mas uma ideia não é nada se não for viável e utilizável. Não importa se o serviço é inovador ou não, serviço é serviço e a inovação pode ajudar muito, mas às vezes quando olhamos muito para alguns modismos deixamos de executar o que funciona.”

A sócia-diretora da S2 consultoria, Alessandra Costa, acredita que tudo começa com uma boa ideia, mas para que ela faça sentido é importante que saia do papel. “Quando decidi empreender, há 4 anos, foquei em serviço inovador. O grande propósito foi transformar a experiência, relatos e queixas dos clientes em uma melhora para seus processos seletivos, através de metodologia e teor científico, inovamos este serviço identificando a integridade resiliente das pessoas”. Alessandra diz que tudo se inicia com algum questionamento, uma necessidade a ser solucionada, o que estimula o empreendedor a buscar a solução. Com isso, nasce as oportunidades de se recriar e desenvolver algo novo.

Cenário

Quando falamos em adesão das empresas, Kovac explica que não sabe se há mais resistência ou tendência a inovar, “posso dizer que se as empresas não estiverem atentas ao mercado e sua evolução incessante, elas perderam dinheiro, espaço, funcionários e atenção do cliente.”

Dentro deste cenário, Ricardo esclarece que as grandes empresas estão constantemente buscando novas formas de inovar, ganhar dinheiro e ou aumentar a produtividade. “Atualmente vejo a adesão dessas empresas a abordagens de inovação aberta, que busca fora as soluções que tragam inovação para elas ou para seus clientes”.

Neste contexto, a Alessandra relata que, com o apoio da tecnologia, muitas startups estão surgindo com o propósito de trazer soluções simples para modificar até mesmo processos centenários, o que tem ganhado espaço no mercado. “Vejo menor resistência, e com isso oportunidade dos profissionais se reinventarem. Aqueles que ainda resistem, têm perdido espaço e mercado. Se pegarmos o exemplo das máquinas fotográficas que utilizavam filme, com a chegada das máquinas digitais, aquelas que não se adaptaram à mudança, não existem mais.”

Cultura

Em matéria publicada no jornal.usp.br, a pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), revelou que o setor privado investe pouco em pesquisas de inovação e, quando investe, os projetos contam com recursos do Estado. O professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, falou sobre as razões desse baixo investimento.

Para o professor, existem dois principais motivos para que o Brasil ocupe posições tão baixas quando o assunto é inovação. O primeiro é a quantidade pequena de grandes empresas que existem no País. Em uma lista recente divulgada pela Forbes, das 2 mil maiores empresas do mundo, apenas 1% é brasileira. A outra razão, ainda mais importante, é a falta de incentivos fiscais para que se desenvolvam pesquisas. No Brasil, não existe a cultura de dedução de impostos para as empresas que investem em pesquisas.